Oposição trava sessão por oito horas, mas Alba aprova novo empréstimo de R$ 2 bilhões para Jerônimo

Debate expõe desgaste entre governo e blocos oposicionistas sobre volume de endividamento e transparência dos investimentos
Jéssica Gomes
PauloMocofaya/AgênciaALBA

A Assembleia Legislativa da Bahia aprovou nesta segunda-feira (1º) mais um empréstimo solicitado pelo governador Jerônimo Rodrigues, após mais de oito horas de obstrução da oposição. O novo crédito, de R$ 2 bilhões junto ao Banco do Brasil, será destinado a obras de mobilidade, infraestrutura viária e urbana, além de ações hídricas e edificações públicas.

A aprovação ocorreu em meio a um dos confrontos mais prolongados do ano entre os blocos governista e oposicionista. Deputados contrários ao governo mantiveram a estratégia de travar a votação com sucessivas verificações de quórum e questões de ordem a cada trinta minutos, numa tentativa de pressionar o Executivo a detalhar os destinos dos recursos.

O embate se intensificou diante do volume de operações de crédito acumuladas pelo governo. Com o novo contrato, Jerônimo chega a 22 empréstimos em menos de três anos, totalizando R$ 26 bilhões. Para a oposição, o número é considerado excessivo e pouco transparente. “Queremos saber em que vai ser empregada essa dinheirama”, afirmou Luciano Simões Filho, do União Brasil, sintetizando a crítica central do grupo.

A sessão começou com a vice-presidente Fátima Nunes anunciando uma suspensão de uma hora logo após a abertura dos trabalhos. Quando a presidente Ivana Bastos retomou a condução, o líder da oposição, Tiago Correia, reforçou o tom de enfrentamento, inaugurando a primeira de uma série de questões de ordem que marcaram a tarde e a noite.

Mesmo com o clima de tensão, o governo conseguiu votar outras matérias de interesse. Foram aprovados três requerimentos de urgência, incluindo dois financiamentos que somam R$ 950 milhões. Propostas que alteram a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual também avançaram, estas por unanimidade.

O episódio evidencia a crescente fricção entre governo e oposição na reta final do ano legislativo, especialmente em torno do endividamento estadual e da gestão dos investimentos.

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