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Análise: O impossível se chama Bahia

FOTO: Felipe Oliveira/ EC Bahia
7 de dezembro de 2023 - 1 ano atrás

A tragédia já estava anunciada. Do Esporte Clube Bahia nada mais se esperava além de uma queda vexatória. Mas o Bahia é, antes de tudo, um desafiador das lógicas. E assim construiu sua história desde aquela Taça Brasil , passando por Porto Alegre, Raudinei e Charles. O Bahia é antes de tudo o clamor de um povo que tem 1% de chance e 99% de fé.

Mas vamos ao enredo de 2023: O ano começou cheio de promessas e esperanças. O apaixonado tricolor surfou numa onda de otimismo gigante . Isso porque após o acesso sofrível de 22, o clube se tornou SAF e passou ao conglomerado CityGroup.

Após a euforia inicial, a torcida teve que se deparar com um regimento de debutantes à frente da direção do futebol e da direção técnica. Cadu Santoro e Renato Paiva mostraram-se incompetentes para reger um clube com tantos apaixonados como o Bahia.

No discurso falacioso pregava- se o processo. É claro que qualquer um com a visão mínima sabia que o Bahia estaria dando seus primeiros passos rumo a uma estruturação financeira, porém a péssima campanha no Nordestão e o pires na mão no Baiano acendeu o alerta.

Quando começou o Brasileiro ficou evidente como o elenco foi muito mal formado. Aliado a isso a birra e o destempero do mister Paiva. Com o passar dos jogos, o cenário cada dia ficava mais caótico ao ponto do próprio português pedir o boné e dar lugar a Rogério Ceni.

Ceni chegou animado estreou com um bom triunfo porém logo começou a perceber a fragilidade do elenco que tinha na mão. Como qualquer sprint traz um frescor na luta, o torcedor abraçou o ex goleiro e levou a massa para apoiar a equipe na Arena.

Contudo, por mais que o torcedor tenha como principal alimento a paixão, foi desolador ver um arremedo de time tropeçar e tropeçar seguidamente em casa diante dos concorrentes ao rebaixamento.

Aí, do nada, tipo aquele vendedor de amendoim torrado que surge onde você menos espera, o Bahia surpreende e goleia o Corinthians nos seus domínios. Logo infla o peito da Nação que volta a acreditar que sim, é possível!

A bexiga de ar logo se esvazia após a derrota diante do Tricolor Paulista e a vexatória derrota diante do Coelho Mineiro. Quando a tabela ajudou, o Bahia não se ajudava e massacrava o coração tricolorido.

Por fim chegamos na última rodada, onde todos os concorrentes ao purgatório da Série B jogavam em casa. O Bahia chegou sem depender das suas próprias forças para enfrentar o todo poderoso Atlético Mineiro.

No pré jogo o atacante Hulk chegou a planejar 5 gols para chegar ao centésimo pela equipe. Porém , contudo, todavia, ele se esqueceu que do outro lado havia uma equipe gigante apesar da situação vexatória.

E assim, plagiando aquele dramaturgo, surge o Sobrenatural de Almeida do bem e o Bahia vence o Galo, aplicando uma goleada de 4 a 1. Em tempo de bets, acho que a banca venceu, pois afora o lendário Binha de São Caetano, torcedor algum acreditava nessa permanência do Esquadrão. Se tratando de Bahia nunca é bom duvidar.

Após soarem os últimos apitos começou uma efusiva comemoração. Acho muito pouco para festejar e torço que todo esse dissabor traga uma lição para quem agora comanda o futebol do clube. Em tempo, espero que o time seja repaginado e possa brigar por coisas maiores e tenha um DNA vencedor gigante, do tamanho da sua imensa torcida.

Por: Victor Hugo Damasceno

 

7 de dezembro de 2023 - 1 ano atrás