Depois de dois anos, o Bahia voltou a levantar o troféu do Campeonato Baiano. O tricolor conseguiu seu quinquagésimo título após triunfar sobre o Jacuipense na Arena Fonte Nova. Em outros tempos, a festa estaria decretada na capital soteropolitana ou em qualquer parte onde houvesse um apaixonado pelo esquadrão. Mas os tempos são outros, e, sejamos sinceros, não é de hoje que o campeonato estadual não tem atrativos. Falta qualidade técnica em boa parte dos elencos, falta infraestrutura nos estádios e por fim, falta grana mesmo para premiar e acirrar a competição.
Atrelado a tudo isso ainda existe a situação vexatória do principal rival do Esporte Clube Bahia. Nos últimos cinco anos, o Leão da Barra sequer chegou às semifinais do estadual, abrindo uma lacuna na rivalidade.
Agora, seguindo uma linha temporal e fazendo o contraste copo cheio versus copo vazio, há sim méritos na conquista do certame pelo Tricolor. Para começar: após legitimar a SAF, havia nas entrelinhas do apaixonado torcedor a visão que chegaria ao Bahia uma fase de céu azul celeste sem trovoadas. Não demorou muito o céu desabou após as goleadas diante do Fortaleza e Sport e apatia nos dois BA-VIS. Além dos vexames descritos, o futebol apresentado a cada jogo se tornava mais pífio, escancarando a patinada no início da gestão.
Vale ressaltar que não é fácil implementar um novo elenco, uma nova comissão técnica e até mesmo uma nova pseudo filosofia futebolística. É certo que isso pode levar tempo para ser implementado, mas também é certeiro que houve erros grotescos na formação inicial do elenco e os vexames bateram na porta, tanto na leseira do “Baianinho” quanto na eliminação precoce da Copa do Nordeste. A crise teve até capítulo de cobrança hostil no saguão do Aeroporto. Uma novidade para o modus operandi do City Group.
Com o passar dos jogos, o treinador Renato Paiva resolveu dá uma mexida na formação tática e trouxe um alívio ao péssimo futebol que vinha sendo apresentado. Apesar do principal torneio do primeiro semestre ter ido para as cucuias ficou o alento de uma nova perspectiva de jogo.
Aliado a esse momento menos turbulento, a nova direção mexeu-se e trouxe atletas mais encorpados para a temida sequência da temporada com Brasileirão e Copa do Brasil.
Por último vale sim a comemoração de mais um título do Esquadrão, afinal nos últimos 2 anos o Carcará de Alagoinhas alçou voo soberano. E não muito distante, o Bahia ficou 10 anos sem conquistar esse mesmo estadual. Os alfarrábios estão aí para confirmar e trazer luz a história. Mas é certo que o torcedor quer se alimentar de novas histórias e novas conquistas além-mar.
Por: Victor Hugo Afonso