Bahia Pela Paz: programa de Jerônimo cria discórdia entre vereadores da esquerda

Prometido como solução para a violência, programa gera mais conflito político do que consenso entre partidos de esquerda.
Redação
Antônio Queirós | CMS

O programa Bahia pela Paz, lançado pelo Governo do Estado como a grande “nova política de segurança pública”, não conseguiu sequer unificar o discurso entre os partidos da esquerda. A iniciativa resultou em vereadores trocando farpas sobre a real eficácia da política de segurança.

De um lado, o vereador Professor Hamilton Assis (PSOL) fez questão de lembrar que, apesar do discurso moderno sobre inteligência policial e câmeras corporais, a realidade segue marcada por enterros de jovens negros mortos em operações. “Enquanto o governo fala em inteligência artificial, as mães de Salvador estão enterrando seus filhos”, disparou. Para ele, gastar R$ 234 milhões em um programa que “já nasce fadado ao insucesso” é mais um capítulo de uma política que insiste em enxergar a juventude negra como alvo, e não como sujeito de direitos.

Na outra ponta, a vereadora Marta Rodrigues (PT) reagiu com indignação às críticas, acusando setores da esquerda de “descredibilizar” uma iniciativa que, segundo ela, já mostra resultados concretos. Marta destacou os 24 coletivos Bahia pela Paz, que já atenderam mais de sete mil jovens e suas famílias, e lembrou que a Bahia hoje é referência em programas como o Corra para o Abraço e no uso de câmeras corporais. “Criticar sem conhecer é um desserviço e um retrocesso”, rebateu.

Enquanto um acusa o governo de gastar milhões em um “slogan publicitário” e a outra insiste em vender o programa como vitrine de inovação, o saldo é claro: o “Bahia pela Paz” virou palco de uma guerra nada silenciosa dentro da própria esquerda.

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