O Brasil registrou cerca de 12,2 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo em 2024, um avanço de 8,8% em relação ao ano anterior. O número é o maior desde 2013, quando esse tipo de união passou a ter registro regular em cartórios após a Resolução 175 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O crescimento foi bem superior ao das uniões entre homens e mulheres, que somaram 936,7 mil em 2024 — alta de apenas 0,8% segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento considera dados de mais de 8 mil cartórios e não inclui uniões estáveis.
O aumento consolida o quarto ano consecutivo de expansão dos casamentos homoafetivos no país. A resolução do CNJ, publicada em 2013, impediu que cartórios recusassem a conversão de uniões estáveis em casamento. A norma seguiu decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2011, que equiparou uniões homoafetivas às heteroafetivas e eliminou a necessidade de autorização judicial para casamentos do mesmo sexo.
Mulheres impulsionam avanço
As uniões entre mulheres foram responsáveis pela maior parte do crescimento em 2024. Quase 7,9 mil casamentos foram registrados, o equivalente a um aumento de 12,1% em relação ao ano anterior.
Entre homens, foram pouco mais de 4,3 mil casamentos — alta de 3,3%. Apesar de menor, o avanço reverte a queda de 4,9% observada entre 2022 e 2023, indicando recuperação na tendência de crescimento dessas uniões.
