O ano de 2021 tem chamado bastante atenção e causado preocupação para a Polícia Militar da Bahia. A taxa de óbitos na corporação, somente nos quatro primeiros meses do ano, chega a quase metade da registrada em 2020. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), no ano passado foram registrados 13 óbitos, já neste ano, até o dia 20 de abril, foram registrados cinco óbitos na corporação. Dentre os casos, apenas uma morte ocorreu enquanto o policial estava de serviço.
Os últimos registros de mortes na corporação reforçam as interrogações sobre a saúde mental e a pressão sofrida entre os profissionais da segurança pública.
Segundo o Relatório Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado em outubro de 2020, o número de policiais que tiram a própria vida chega a ser maior do que os que morrem em serviço. Só em 2019, 65 policiais militares e 26 civis cometeram suicídio. Naquele mesmo ano, o número de policiais militares mortos em serviço foi de 56, já a policia civil registrou 16.
O Relatório Anual do FBSP ainda concluiu que: “o convívio permanente com a morte e a violência, as extenuantes jornadas de trabalho, a falta de sono, lazer e convívio com a família são fatores de risco para os policiais. Estão diretamente relacionados com o trabalho policial e, portanto, podem levar os profissionais a quadros de adoecimento físico e mental. No entanto, as organizações policiais individualizam os problemas, atribuindo ao indivíduo a responsabilidade por seu adoecimento ou violência auto infligida, como no caso dos suicídios”
Por: Pedro Pinheiro