Depois de cinco meses de grande fluxo no número de atendimentos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) registrou em agosto a maior queda nos números de solicitações desde o início da pandemia. Nos três primeiros meses, a contar de março, o aumento de pacientes foi bastante expressivo. Neste mesmo mês, foram registrados 11.375 mil atendimentos, em abril os números chegaram a 14.047 mil e em maio, subiu para 16.166 mil.
No mês de junho, os números de solicitações começaram a reduzir, totalizando 13.048 mil. Em julho, os números continuaram em queda, alcançando 11.021 mil. Em agosto os números tiveram uma redução ainda maior, fechando o mês com 8.511 mil atendimentos. Segundo o coordenador de Urgência e Emergência de Salvador, o médico Ivan Paiva, antes do início da pandemia a média era de 8 mil.
“Com a chegada a doença, logo nos primeiros meses, tivemos um grande crescimento e chegamos a quase o dobro, com 16 mil atendimentos em apenas um mês. Além disso, nossa central 192 registrou um crescimento expressivo no número de chamados para tirar dúvidas e solicitar informações”, afirma.
“Mesmo com a queda em agosto, o número ainda foi acima do que a gente atendia antes da pandemia, mas dentro de uma variação normal. A gente tem feito ainda muitas transferências das UPAS para os leitos de UTI e enfermaria para tratamento da Covid-19, uma atribuição que não era nossa e passou a ser durante a pandemia. Esse é um fator que deve ser levado em consideração quando falamos em aumento do nosso número de pacientes atendidos”, acrescenta Paiva.
Durante a pandemia, o Samu formou uma equipe para inserção do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), atribuição que não pertencia ao serviço. De acordo com Paiva, esses profissionais trabalham nos domicílios para constatar casos mortes ocorridas em casa.
“Na Bahia, não tinha o SVO e algumas pessoas estavam morrendo em casa e ficando por dias lá com a suspeita de Covid-19. Essa equipe às vezes amanhece o dia trabalhando. Já chegamos a atender 20 casos de óbitos por noite. Hoje, estamos com uma média de 5 ou 6 e muitos desses não são pacientes de coronavírus”, acrescenta.
O coordenador aponta também que muitos pacientes atendidos apresentam sintomas de Covid, como insuficiência respiratória, por exemplo. Porém, reforça que a maioria dos atendimentos realizados pelo Samu estão relacionados com outras demandas. “Temos várias outras doenças e um número expressivo de acidentes no trânsito, principalmente com motos”
Por: Redação