TSE analisa pedido de cassação de Cláudio Castro nesta terça

Ministério Público aponta mais de 45 mil contratações irregulares durante campanha de 2022
Jéssica Gomes
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Tribunal Superior Eleitoral julga nesta terça-feira (4) um recurso do Ministério Público Eleitoral que pede a cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. A acusação afirma que a gestão estadual utilizou contratações temporárias para abastecer a campanha eleitoral de 2022 com recursos públicos.

O processo chega à Corte Superior poucos dias após a Operação Contenção, realizada no Complexo da Penha, resultar na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais.

Segundo o Ministério Público, as contratações foram feitas por órgãos ligados ao governo sem critérios claros, com forte suspeita de influência política. Os trabalhadores receberiam os valores em dinheiro vivo, “na boca do caixa”.

Contratações sob suspeita

De acordo com a denúncia, cerca de 27 mil contratações ocorreram na Fundação Ceperj e outras 18 mil na Universidade do Estado do Rio de Janeiro durante o período eleitoral. A acusação aponta ainda indícios de funcionários fantasmas, pagamentos a presidiários e nomeações de pessoas que sequer residiam no estado.

Em maio de 2023, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro absolveu Castro por 4 votos a 3. A maioria entendeu que, embora houvesse irregularidades, não ficou comprovada a participação direta do governador nem que os fatos influenciaram o resultado da eleição.

O relator do caso no TRE-RJ, desembargador Peterson Barroso Simão, divergou e votou pela cassação ao considerar que os desvios beneficiaram a campanha de Castro e alteraram a disputa eleitoral.

Castro foi eleito em 2022 ainda no primeiro turno, com 60% dos votos válidos — cerca de 2,6 milhões a mais que o segundo colocado, Marcelo Freixo.

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